Repórter: Pode me contar como foi sua vida antes de entrar na corporação?
Burnett: O que dizer sobre esse ramo policial né?! Então.. Todos nós quando criança temos sonhos e o meu era ser policial e, algumas crianças com o decorrer do tempo mudam de ideia e sonhos, comigo foi diferente, eu sempre mantive essa ideia e aos dezoito anos fui para a marinha onde me tornei um Marine né. Lá eu aprendi diversos fatores importantes pra minha vida e após ser dispensado de forma involuntária eu me sentia incompleto e buscava algo para reacender aquela "chama" de adrenalina e o que eu amava fazer, dai tinha alguns amigos que me apresentaram a corporação quando cheguei na cidade. Fiz o concurso e passei, aqui estou. A corporação hoje em dia é o auge pra minha pessoa, e é isso. Foi tudo repentino.
Repórter: Você desde criança morou aqui pelo Estado?
Burnett: Eu nasci em San Fierro aqui no hospital de Santa Flora porém uma boa parte da infância tive que ir pra França por alguns anos, motivos familiares, dai na adolescência retornei aqui.
Repórter: Você disse que a corporação é o auge pra você, acha que uma saída pode vim a se pensar ou não?
Burnett: Não no momento sabe Ferraz.. Gosto muito do que eu faço e não me vejo fora da polícia, já que eu estou na polícia, eu queria estar onde estão os melhores. Trabalho com excelentes profissionais aqui dentro e outras coisas que me apoiam no dia a dia, eu me sinto em casa. Então eu ficarei aqui até onde o tempo permitir.
Repórter: Após sua entrada à SAPD, sua rotina deve ter mudado bastante. Realmente é algo para poucos?
Burnett: Realmente é algo para poucos sabe.. É aquilo, é pra quem tem vocação e realmente ama o que faz e... Sobre a rotina, desde que eu entrei ficou bem puxado mesmo porém com o tempo você se acostuma.
Repórter: Há quanto tempo atua neste ramo, Burnett?
Burnett: Hoje em dia estou com vinte e cinco de idade, ah.. São mais ou menos dois anos e meio dentro da corporação desde que eu entrei, isso ai.
Repórter: Em relação à Divisão de Assuntos Públicos, o que te fez participar da mesma?
Burnett: Bom.. Desde o momento em que ela surgiu eu vi como uma importante oportunidade de me aproximar com a população sabe? Não pensei duas vezes e me integrei nela, hoje em dia sou coordenador e tipo. Gosto do que faço aqui dentro, já fizemos palestras públicas sobre diversos assuntos e hoje em dia Ela está com uma notoriedade boa e isso é consequência de seu vasto trabalho, da equipe em si. Antes a população não tinha uma "afinidade" com a corporação e após o surgimento da divisão a população possui um olhar com um outro ângulo nos dias atuais, foi uma ideia brilhante que tiveram em implantar a divisão na corporação.
Repórter: Nos confrontos em que você participa, geralmente é algo que te incomoda? Você quando entrou, imaginava algo do tipo, ou esperava apenas um controle sobre tráficos e coisas do tipo?
Burnett: Olha... Incomodo eu sinto pela parte de trazer efeitos negativos a população, quando tem um civil ferido efeitos colaterais graves e por ai vai, pelo outro lado eu sinto uma adrenalina sabe? É o que me motiva a continuar o meu trabalho, não é prazeroso mas é uma coisa boa... Pode estar até me achando um psicopata mas é isso. Em questão a... Esperar isso quando entrei.. Não esperaria um controle absoluto sabe? Até porque tipo, San Andreas é um lugar bastante movimentado, hoje em dia temos diversas gangues e máfias com um alto índice de periculosidade, então eu já entrei esperando o pior.. E por isso recentemente foi fundada a DEA para tentar diminuir e reprimir ao máximo esses tipos de coisas.
Repórter: Na sua profissão, já chegou a matar alguma pessoa?
Burnett: Quando mata.. A sensação é apenas de dever cumprido, se eu dizer que cheguei em casa e não dormi eu vou estar mentindo, sem sadismo é que houve mesmo a necessidade sabe? Não é algo pra se vangloriar.
Repórter: Há um perigo mais elevado quando se faz parte da corporação? Você tem que tomar mais cuidado por onde anda, o que faz, momentos e circunstâncias? Digo isso quando não está atuando com a farda.
Burnett: Olha, Paloma, desde o momento em que você entra na corporação e quando tira a farda tem que ficar com um nível de atenção muito maior, pois sim.. Como San Andreas hoje está, os policiais são alvos fácis para esses marginais, você dificilmente vai ver um policial parar num sinal de trânsito e ficar completamente tranquilo, é ter a atenção redobrada.. Isso o que deve se fazer nas folgas e em outros momentos.
Repórter: Já houve algum momento em que você viu o final passando diante de si?
Burnett: Eita, agora mandou na lata em. Diversos, você perde até a conta quando vai se recordar.. É algo que nós policiais estamos comprometidos desde que vestimos a farda e partimos para a rua, tipo... Tem vez que eu chego aqui, coloco a farda e me sinto invencível sabe? Porém tem outros dias que chego aqui de manhã, me dá uma sensação de medo.. Pois sei que a qualquer momento pode ter uma situação de risco e logo nós seremos chamados. Entrou na viatura, destravou o fuzil tem que esquecer um pouco a família e pensar na sua segurança e na segurança do parceiro...
Repórter: Você já teve algum parceiro que infelizmente encerrou seu ramo de forma trágica?
Burnett: Diversos, infelizmente como eu disse é algo que estamos submetidos sabe.. Nós sabemos que a qualquer hora pode acontecer essas fatalidades.
Repórter: Já emendando o assunto, quando isso acontece, você vê a ida de forma trágica como se fosse de um familiar, ou quando um parceiro de roupa preta parte, o sentimento é outro?
Burnett: Boa pergunta, nós aqui somos uma família sabe? Eu pelo menos sinto como se fosse da minha família mesmo não sei os outros policiais, cada um sente da sua forma mas pelo menos eu considero isso aqui como uma família e tanto e quando perdemos um dos nossos é bastante triste, um impacto e tanto.. Vivemos nesse jogo perigoso. Só pra finalizar, sabe... É um jogo onde todo mundo sai perdendo, eu na condição de policial odeio o bandido sem ao menos conhecer ele e ele na condição dele vai me odiar da mesma forma, e esse ciclo vai se continuar até.... Então é um jogo perigoso onde todo mundo sai perdendo, infelizmente é isso.
Repórter: Obrigada pela entrevista, Spranger, agradeço mesmo.